quarta-feira, janeiro 12, 2005

Chovem gotas de sangue

Gota de sangue suado,
Por mim deixado,
Por mim amado.

Traços de sangue caído
De tanto trabalho
Deveras sumido

Contando-te tudo o que fui,
E que nada deixei,
Que num nada me tornei.

Gota de sangue sonoro
Já nem sei donde moro.

Rogo-te:
Que gota de sangue morrais!
E que deles de mim me livrais!

Se cerro os dentes eu mais,
Só sangue de mim me tirais,
Mas nem uma gota,
Gota de minh’alma levais.


De sangue cristal,
Água choveu,
E um dia normal, enfim, nasceu.