reCICLAgem
Poderemos dever o princípio à rainha das explosões,
Uma culpa ajustada com a soberana das implosões.
Se o diminuto se conjuga com a insignificância física e espacial,
Uma vida envolve um precipitante instante, por vezes, notado fulcral.
O início, obstinado, convida o final,
O limite de sempre, escondido, escuro, fatal.
É dita passagem, teste, prova… até vassalagem,
Neste globo, neste mundo, uma maltratada estalagem.
Muito me parece cíclico, vidas descontínuas e eternas,
Pouco me sabe, o sentido atenua-se, esquece-se, com estas vidas modernas.
Muitos arrasam o distante amanhã, deleitam-se com o momentâneo,
Por um sonho estéril, não vêem, não enxergam além do contemporâneo.
Coitados entorpecidos que se perderam e agora morrem isolados,
Auto-proclamados irreflectidos que, como todos, nasceram dotados.
Que interesse terá um vértice ou uma aresta no círculo?...
Atenuadas, contudo, pela inevitabilidade, ainda calculada pelo quartzo.
Será cíclico o sortilégio?
As sinagogas, os templários, as igrejas, os oráculos (dis)torcem pela volta ao momento infinito, à massa ilimitada, à densidade incompreensível.
E nós?...
Confiamos e vivemos, na redondeza cristalina de papiro milimétrico, arrebatados…de fé.
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