…a besta aguardava… bem quieta.
Figuras e cores com tons estranhos.
Lógicas difusas emaranhadas em trilhos confusos.
Não passariam de fáceis aglomerados de metáforas?...
O abalo adviria na virtude.
O início do meio revelou-se marcante…
O fogo esboçava agora a gravura de todo um dia.
Fantasmas regressavam à luz, oriundos do fresco escuro, naturais da que todos condenam.
Passo ante passo flutuava para o meu lar, o meu recanto, o meu reduto.
Identifiquei as formas familiares da porta, do portal, da portada do meu sempre.
Os momentos e as reminiscências recentes dissiparam-se assim que o terror entrou pelos meus olhos…
Inacreditável a impossibilidade encarnada de tal conjuro.
Os olhos esmeralda e negros da besta regelaram o instinto, semearam o pavor rude, regado com enxurradas de adrenalina e tremores.
O tempo abrandava até rapidamente parar.
“Não pode ser…” três palavras que representam a impressão que inundou todo o meu vitalismo.
Após a inércia chegou a ameaça, era agora uma presa. Percebi-o com o elevar súbito, bruto e brutal daquele ser.
Reparei em mim, que tinha virado costas… Precipitava-me numa fuga.
Combatia o ar, competia com o tempo e o espaço, tinha que escapar.
Angariava adrenalina de todos as partículas de oxigénio… contudo via-me amaldiçoado, numa descomedida, anormal e lenta fuga à inevitabilidade.
Atrás não compreendia nada… barulhos não recordava. A dominadora visão abundou para gerar o descontrolo elementar.
Uma gota de desespero brotava depois da anterior cair…
Os condiscípulos do desaire, o distúrbio e a incredibilidade conquistavam as réstias de razão.
Mas com o avizinhar da consciência, o salto assomou…
Abri os olhos e repousei com ideias a fervilhar, assustado, um bocado assustado.
Um ser desmesurado, vermelho, impetuoso, astuto, prodigioso, foi o meu sobressalto… a minha história… o meu pesadelo.
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