terça-feira, junho 08, 2004

Fenix

Insisto em denunciar tal interrogação
Desvendar e comportar o teu interior
Vogar pelo aroma da sedução
Lançar-me ao ignorado sem temor

Não é mais que o meu destino
Encoberto pelas relativizações da demora
O perpétuo serviçal peregrino
Que me abraça e enamora

À espera da hora decisiva
Por ti suspiro todo o dia
Por tal instante sinto-me à deriva
Algo que toda a diferença faria

Por agora a incerteza precipita-se
E com ela, os entes secretos surgem
O temor íntimo avulta-se
Corrói-me, como o ferro nutre a ferrugem

Todo o meu universo é abalado pela ilusão
Sinto a mente, o espírito, o fogo a pulsar
Sei que como um inconformado procuro a paixão
Com uma incerteza de morte de a deixar escapar

Para além de uma mera quentura
Muito além do terreno, do palpável
Divergente de uma aventura
A possibilidade real do teorema inalcançável

Sinto que te posso alcançar
Fechando os olhos cor-de-mel
E interminavelmente contigo conversar
Com beijos, carícias, numa eterna lua-de-mel

Deste sonhador, súbdito dos teus cabelos castanhos
Que palavras te prometeu
Em vez destes termos desordenados e estranhos
Mas que com sinceridade te ofereceu

Deste pequeno humano que hoje, como ontem, contigo no pensamento adormeceu…