segunda-feira, abril 04, 2005

Pulsar Invisível

Espantoso o efeito, o admirado,
O sentimento,
Perfeito por me acabar insatisfeito,

O incessante suster de ar,
Uma infindável espera do teu regressar,
A rendição da separação material sob o teu vingar,

O pulsar,
A corrente,
A saudade a vibrar,
A labareda que me consome… agora e sempre

Apenas no sonho te alcanço...
Afronto pelo êxodo da dádiva, pela regressão ao antigo, pelo adiantamento do porvir.

Parece-se a demência com uma sensata albergaria.
O vivido cresce desabitado, destituído de fundamento, como um oceano castrado, inócuo, errante no próprio interior.

Meu amor…

A sombra parece dissipar, o luzeiro, o trovão nuclear, o trono parece contestar…
Vivo tremores, agora com mais força, por aquela bela narrativa incerta…

Mas, quem desarranjo?... O que controlo?... Se nem desta nave sou amo…


Desfalece o olhar no definhar da lógica. O estuante traslado electroquímico abate-se pelo receio de ruptura

Um quinhão que não me pertence, pois não me ouve, pois por ti grita, pois sem ti esmorece…

Uma energia da natureza, uma produção do imprevisto, uma diminuta divisão da soma, contigo inaudita.


pequenohumano