Algo Familiarmente Novo
Existo na forma de um ser injustiçado.Sofro e sou fracasso por ser um ser imponderado.
Sou um exíguo humano, igual a tantos outros, ímpar, como a sobra.
Instinto e reflexão, a maldita escaramuça que lacera esta raça.
Pura balbúrdia no turbilhão de pensamentos trazidos por sentidos e paixões.
Exemplo estapafúrdio da complexa e progressiva entropia.
Reflexo da evolução e expansão universal.
Por vezes a implosão e aniquilação aparenta ser a final atenuação da angústia, o fiel mas misterioso carrasco.
Mas diz-se que tal não é solução.
O que importa é que o caos químico desgoverna a mais perfeita e desenvolvida racionalidade.
As perpétuas e órfãs perguntas com soluções improváveis, a luz que não se percebe. Tudo acontece aqui, neste pequeno local, e mesmo assim andam todos preocupados com a ínfima e simplificada fracção, apesar da procura inconsciente.
Há algo de grandioso no olhar, essa obra inata, sublime, por vezes injustiçada, que apenas no mais certo momento perde o brilho.
Vidro que deixa transparecer o mundo coral. Globo com assinaturas também elas sublimes. Emissor de vectores que geladamente irradiam o interior.
Somos formas orgânicas, confusas, caóticas, aleatórias que se regem por artificialidades. Que se prendem ao que os deturpadores lhes sugerem.
Unicidade abandonada, perdida, desprezada e ignorada. O pesado ar, impregnado com um aroma a avareza, a pseudo-superioridade, a pseuo-realeza e afins artificiais.
Rodeado por ilegitimidades assumidas como a pura certeza, a verdade do final.
Sofro ao sentir que poucos são os que vêem.
Lamento por ser a minoria que está desperta.
Sou o reflexo do que não deveria ser.
Fui incomodado e o sono não volta mais. Vejo demasiado e sofro por não digerir a luz que trespassa pelo globo de cristal.
A minha loucura encontra-se contida neste físico. Ecoa e ricocheteia ao um ritmo que não conhece estabilidade. Colisões químicas e transformações nucleares que trituram a leveza que tento impor.
A luta contra algo que de certo levará a melhor porque, simplesmente… é assim…
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