quinta-feira, setembro 22, 2005

Actos e omissões

Hoje, fiz-me dono do prazer de estranhar
Tudo o que se vê, ouve ou não existe.
Hoje, fiz-me senhor da herdade do desprezo
Perante o que quero, preciso e não procuro.
Mas hoje, tive a sensação de ter provocado em ti
O princípio da mutação que aparentas.

Não me culpes nem me enchas de elogios.
Faço-o por mim, não me serves como és,
Não me aproximas buscando a vida pela avareza.

Terias tu, porventura, em algum desvario de pensamento,
Imaginado vestir a sombra de um discípulo tão descrente?

Amanhã, trarei atrelado o peso dos actos autoritários
Impostos pela teimosia inexperiente que me rege.
Amanhã, serei acusado dos movimentos irregulares
Da conduta que inauguras insistentemente.
Mas nesse dia, serei imaculado e santificado
Perante o desprezo de todas as almas profanas e infiéis.