Capítulo 1 – O postal da Lembrança.
Onde é que eu já ouvi isto?Então lembras-te. E isto expresso numa frase declarativa.
Vejo-me obrigado a escrever mais vezes ‘Esquecimento’ neste postal.
Esqueci-me do que ía dizer,
Mas não faz mal que,
Positivamente menos se há-de ler.
Diria que ‘expremeste’ isso agora!
Escreves para inventar ou,
Porque tens mesmo de escrever,
Escreves para não esquecer?
A resposta ideal a dar:
“Escrever para não ter de lembrar.”
Mas não,
Se calhar...
Se calhar escrevo só para inventar.
Obrigas-te a criar,
Havia de ressaltar,
Perdão, ressurgir!
Que não quero rimar,
Qualquer coisa sem pressão
E sem intenção…
Falo uma frase de cada vez.
Soando as palavras sem preocupação,
Esquecendo ingenuamente o que acabei efemeramente de dizer.
Frases ditas assim não rimam, lamento,
Mas não me ‘escondem’ o tormento.
Cala-te!
Escutar-te soube-me mal e é
hora de acabar este postal!
Falar assim, como se uma terceira pessoa fosses, é simples! Queria-te era ver aqui dentro. Além disso o Esquecimento de que falaste não é o mesmo a que me refiro.
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