segunda-feira, maio 08, 2006

Capítulo 1 – O postal da Lembrança.

Onde é que eu já ouvi isto?
Então lembras-te. E isto expresso numa frase declarativa.

Vejo-me obrigado a escrever mais vezes ‘Esquecimento’ neste postal.

Esqueci-me do que ía dizer,
Mas não faz mal que,
Positivamente menos se há-de ler.
Diria que ‘expremeste’ isso agora!

Escreves para inventar ou,
Porque tens mesmo de escrever,
Escreves para não esquecer?
A resposta ideal a dar:
“Escrever para não ter de lembrar.”

Mas não,
Se calhar...
Se calhar escrevo só para inventar.
Assim o que escreves perde qualidade.
Obrigas-te a criar,
Havia de ressaltar,
Perdão, ressurgir!
Que não quero rimar,
Qualquer coisa sem pressão
E sem intenção…
Como quando eu falo para tí,
Falo uma frase de cada vez.
Soando as palavras sem preocupação,
Esquecendo ingenuamente o que acabei efemeramente de dizer.
Frases ditas assim não rimam, lamento,
Mas não me ‘escondem’ o tormento.

Cala-te!
Escutar-te soube-me mal e é
hora de acabar este postal!
Falar assim, como se uma terceira pessoa fosses, é simples! Queria-te era ver aqui dentro. Além disso o Esquecimento de que falaste não é o mesmo a que me refiro.