Capítulo 2 – O menino (de que me lembro)
-- Pode ser um café e uma ‘maçanzinha’ para o ‘pequenote’!Nesses dias não se pensava que já se sabia pensar. Duas figuras diferenciadas pela altura e, claro, gosto de acreditar que, pela aura passeavam bem cedo pela freguesia. Não, que me enganei. Pela aura não. Eram iguais. Diferenciavam-se pela altura, só.
O de pequena estatura, criança, tinha cabelos castanhos loiros e o de altura elevada cabelo encaracolado com grandes entradas na testa mas muito bonito, de cara alongada e rosto barbeado.
Passeiam-se na estrada onde não passam carros, levados pelo sol de antes do meio dia. Dirigem-se, ambos pois vão de mãos dadas, para uma taberna local de porta azul que é extremo do caminho meio a descer, meio a subir que os conduziu desde casa.
Falam de brincar, valorizando os temas.
Valorizando porque a importância era tal que ainda hoje se mostram duas silhuetas no horizonte e quase se conseguem ver os dois caminhantes. Caminhantes no vento quente de Verão.
Ainda se conseguem ver os dois,
Apesar de apenas um só os ver.
Esse vê-los caminhar,
Vê-los sorrir…
Não se lembra é dos ver entrar.
Passam directamente da casa
Para o caminho onde caminham durante horas.
Passam do caminho para dentro da taverna:
-- É um café e uma ‘maçanzinha’ para o pequenote!
E isto é, de modo absoluto, música para os ouvidos do ‘pequenote’.
Às vezes havia outras ‘sombras’ na taverna que não deixavam beber tão acentuadamente o liquido do copo. Era um sítio pequeno com três ou quatro mesas no máximo. Havia jogos esquisitos para vistas tão àquem das mesas que se jogavam com moedas talhadas para buracos.
Havia, porém, um pormenor que vinha de cima. O tecto era feito de porta chaves. (Conseguem imaginar?)
É surreal mas existe e, se algum dia encontrares um tecto assim, pára pura e simplesmente o Tempo e pede um café e uma ‘maçanzinha’ para o pequenote. Sim, que o pequenote é essencial para o tecto visto não existirem um sem o outro.
Faz-se o caminho até à porta azul. Entra-se. Pede-se:
-- É um café e uma ‘maçanzinha’ para o pequenote.
E deixa-se o pequenote olhar o tecto enquanto bebe o sumo da fruta.
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