quinta-feira, maio 11, 2006

Capítulo 3 – O menino (que não faz nada)

Era uma vez um menino que,
Em versos:

Anseia perfeição;
Como critério? A minimização.

Faz antes de lá chegar,
Assim haja oportunidade!
Doutra forma falta-lhe o ar,
Como um barco a afundar.

Descança em horas vagas,
Definidas como tal
Contrasta o verde de um coral,
Com seu cinzento brutal.

Deveria ser feliz
Assim definido o petiz,
Não o é porque não o quis?
Não, não o é, porque assim se diz!

Ultrapassando finamente a linha que o separa da responsabilidade,
Mistura Tempo com Nada
(Tempo que lhe sobra,
Nada que faz nascer…)
Este menino?
Usa o desnível para descer mas…

Mas nunca sobe.

Falta, ao reflexo, a cor azul. Coisas que perderam o significado não significa que perderam a cor. Pessoas que perderam a aura, perderam bem mais que o espírito, perderam a oportunidade de caminhar com o sol antes do meio dia. O menino que desce não é como o ‘menino de que me lembro’. É antes reflexo dele através de uma luz que não tem todas as cores. Este menino só faz as partes do caminho que descem, deixando as que sobem para o ‘menino de que me lembro’.
Parece de simples conclusão o facto de que o ‘ menino de que me lembro’ não existe mais e se transformou num menino que desce nos desníveis, mas não sobe.