Dispar 'acto'
terça-feira, fevereiro 28, 2006
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
…a besta aguardava… bem quieta.
Figuras e cores com tons estranhos.
Lógicas difusas emaranhadas em trilhos confusos.
Não passariam de fáceis aglomerados de metáforas?...
O abalo adviria na virtude.
O início do meio revelou-se marcante…
O fogo esboçava agora a gravura de todo um dia.
Fantasmas regressavam à luz, oriundos do fresco escuro, naturais da que todos condenam.
Passo ante passo flutuava para o meu lar, o meu recanto, o meu reduto.
Identifiquei as formas familiares da porta, do portal, da portada do meu sempre.
Os momentos e as reminiscências recentes dissiparam-se assim que o terror entrou pelos meus olhos…
Inacreditável a impossibilidade encarnada de tal conjuro.
Os olhos esmeralda e negros da besta regelaram o instinto, semearam o pavor rude, regado com enxurradas de adrenalina e tremores.
O tempo abrandava até rapidamente parar.
“Não pode ser…” três palavras que representam a impressão que inundou todo o meu vitalismo.
Após a inércia chegou a ameaça, era agora uma presa. Percebi-o com o elevar súbito, bruto e brutal daquele ser.
Reparei em mim, que tinha virado costas… Precipitava-me numa fuga.
Combatia o ar, competia com o tempo e o espaço, tinha que escapar.
Angariava adrenalina de todos as partículas de oxigénio… contudo via-me amaldiçoado, numa descomedida, anormal e lenta fuga à inevitabilidade.
Atrás não compreendia nada… barulhos não recordava. A dominadora visão abundou para gerar o descontrolo elementar.
Uma gota de desespero brotava depois da anterior cair…
Os condiscípulos do desaire, o distúrbio e a incredibilidade conquistavam as réstias de razão.
Mas com o avizinhar da consciência, o salto assomou…
Abri os olhos e repousei com ideias a fervilhar, assustado, um bocado assustado.
Um ser desmesurado, vermelho, impetuoso, astuto, prodigioso, foi o meu sobressalto… a minha história… o meu pesadelo.
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Ainda Cinco
Mostraste um mundo em ti, um universo
O teu jeito entornava carinho
No casulo dos sonhos sentiu-se um progresso.
A mais incrível Primavera tinha começado
Não resisti ao seu doce encanto
Flores ímpares e o Astro-rei sem passado
Embarquei a torrente, num devaneio pranto.
A luz domava a noite com o ameno calor
O escuro vencia o dia com magia
Nascia um acanhado ardor…
…sugeria que apenas a ti queria.
A fantasia era plena, real e infindável
A doçura do aperto persistia e cativava
Nutria a mais linda história interminável
E eu, por ti cativo, incitava.
Hoje, como sentido no outro dia…
…a chama emana e evoca o passado
Sinto-te dentro, algures… por ti me perderia
Careço de ti, tanto, que me larga abismado!